segunda-feira, 25 de outubro de 2010


Pelo menos se eu estivesse triste ainda faria sentido, mas não. Não sinto nada e isso é pior que qualquer dor, não consigo chorar nem sorrir. E essa sensação de que falta algo que eu não sei o que é. Não tenho nada pra postar, simplesmente. Receio que esse blog que ninguém nunca leu será desativado permanentemente, porque foi uma tentativa frustrada de contar ao mundo sobre a dor que muitos sentem e ninguém compreende. Talvez algum dia eu volte a postar aqui, quando eu tiver algo concreto pra dizer ou ao menos pra sentir. Por enquanto continuo sem perspectivas e com um peso enorme nas costas: não poder fazer nada pra mudar coisa alguma.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Ando tão feliz ultimamente, bebendo demais, rindo demais, saindo demais. E o tempo que eu perdia pensando em futilidades, agora eu ganho pensando em futilidades utilitárias. Quase nunca perco o sono, devem ser os dias corridos, o cansaço da rotina, as noites cheias. Lugares que eu costumava frequentar, horas do dia que eu costumava tirar pra pensar e refletir já não são necessários. Músicas que eu ouvia, coisas que eu escrevia pra me aliviar não fazem mais sentido. Não penso mais em frustrações ou decepções, não sinto mais medo do amanhã nem saudade do ontem. Parei de me doer por coisas pelas quais eu nada posso fazer. Mas ainda sinto faltar um pedaço; meu vazio evoluiu para algo ainda mais complexo e inexplicável.

Estou aprendendo. Aprendendo que errar é inevitável, aprender com o erro é opcional. Aprendendo que o medo não é uma fraqueza, mas um sentimento. Aprendendo que não se deve esperar que a vida nos proprocione nada, mas sim correr atrás dos próprios objetivos. Apredendo a interpretar palavras e gestos e, principalmente, enxergar a verdade oculta por trás deles. Aprendendo a não dar vazão a sentimentos inoportunos e não cair nas minhas próprias armadilhas, eu consigo sim pensar em outra coisa. Aprendendo que só o tempo tem todas as respostas e que, apesar de já ter sido traída e enganada tantas vezes, cada dia é uma nova oportunidade. Aprendendo a não colocar nas mãos de ninguém a minha felicidade, não por achar que ninguém seja capaz de me fazer feliz, mas por saber que isso só depende de mim.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Tempo que não posto aqui. Talvez eu não tenha nada mais a dizer, ou talvez eu tenha tanta coisa que não saiba por onde começar. Mas antes de qualquer coisa, nada mudou e às vezes penso que essa procura é eterna; nunca hei de encontrar o que de fato me completa ou me faça parar de buscar. Não sei se é certo ter ainda esperança quando tudo já morreu, mas é como diz o eterno poeta saudoso Renato Russo, tudo está perdido mas existem possibilidades. Quem sabe num sábado ensolarado algo mude pra mim, talvez aconteça alguma coisa diferente que me faça sair da rotina e achar realmente um sentido pra dizer que vale a pena, um bom motivo que justifique essa imbecilidade de se procurar algo que não se sabe o que é. Tudo pode acontecer, é por essa certeza que eu abro os olhos todos os dias.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sei que você não fez nada pra eu me apaixonar assim, mas entenda, é inevitável pra mim. Seu olhar, seu sorriso, o que você diz e que faz tanto sentido. Sabe a minha facilidade de colocar sentimentos no papel? Eu não tenho essa mesma facilidade com palavras e, por causa da minha bipolaridade, talvez eu nunca consiga especificar se o que eu sinto é real ou passageiro e só to escrevendo isso porque sei que você não vai ler. Só sei que vivo o agora, o hoje é meu lema e Carpe Diem minha ideologia. Desculpe se eu disse algo que você não gostou, mas eu sou assim espontânea e só me arrependo do que eu não faço. Não tenho tempo de sofrer por amor, a vida é curta e limitada, portanto vou continuar fingindo não sentir nada quando você disser alguma coisa que me faça sorrir ou me olhar de um jeito diferente. Apesar de ter a maior esperança, sei que não tenho a mínima chance.
Eu conheço você a fundo. Só eu sei seus maiores segredos. Eu conheço seu olhar assustado e sei quando você tenta fingir que está tudo bem. Eu sei das suas fraquezas, dos seus medos, dos seus sonhos, ansiedades e desejos mais profundos. Eu sei quando você mente pra me deixar feliz e o quanto odeia quando eu jogo as coisas na sua cara. Eu sei quando você faz tudo pra agradar alguém que nem ao menos se importa com você. Eu sei quem realmente te faz falta e reconheço o quanto você sofre com isso. Eu sei do seu empenho pra fazer as coisas darem certo e da vontade de jogar tudo pro alto que eu também tenho às vezes. Eu, só eu sei quando você disfarça a vontade de querer algo que não pode ter, eu conheço sua cara de bravo e a sua falsa indiferença da qual já compartilhei tantas vezes. Só eu sei coisas que você não conta pra ninguém só pra mim, e sei também que mais ninguém sabe só eu. Eu sei coisas sobre você que nem você sabe. Como quando você fica com vergonha seu sorriso é singelo e quando se apaixona não se entrega com medo de se apegar e não conseguir esquecer. É, eu sei tanto sobre você e você não sabe quase nada sobre mim. Por que será?

Como é estranho descobrir a verdade depois de tanto tempo; o pior é perceber que nada que você pensou ser sincero, era realmente. Descobrir que sofreu e amou em vão pessoas que não mereciam sequer seu desprezo e que as palavras ditas e promessas feitas foram embora com o vento e o tempo. Lembro quando eu pensei que morreria se algum dia soubesse que a mentira era real e o que as pessoas me diziam fazia todo sentido. Eu só estava cega pela ironia do meu próprio sentimento, presa pela vontade de mudar as coisas me apegando ao passado. Queria voltar no tempo e fazer de novo coisas que não valem a pena, pensei que eu era feliz, mas agora descubro que era só uma doce ilusão. Um doce sonho que se transformou em pesadelo quando eu abri os olhos. Agora não importa o passado nem o futuro. Vivo o hoje como se eu fosse morrer amanhã e um dia hei de acertar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010


É estranho perceber o que as pessoas se tornam com o passar do tempo. E isso é pra todas as pessoas que além do estilo, resolveram mudar de caráter também. Tornaram-se vazias, superficiais, e agora dão valor a pessoas que antes nem sequer faziam parte da sua vida. E aquelas com quem tinham mais afinidade, química, aquelas com quem podiam conversar contar problemas e frustrações, são deixadas de lado como brinquedos velhos que você enjoa e guarda no fundo do baú. Como se não bastasse, ainda se acham no direito de sentir-se superior demonstrando essa arrogância tão comum àqueles que se acham a última bolacha do pacote. Poupem-me, por favor, dessa futilidade, sei que é erro meu exigir de todos minha mesma profundidade, mas não caiam nesse abismo de erros e defeitos, mar de ignorância criados por vocês mesmos. É hora de repensar as atitudes, rever conceitos e tentar mudar, dessa vez, pra melhor.

Mais um dia amanhecendo e com ele se esvaindo minha dor, infelicidade, angústia. Mesmo não tendo nada do que me orgulhar no final do dia eu continuo vivendo e às vezes pensando em como sorrir pras pessoas na rua. Tentando me lembrar de uma piada ou cantarolar uma música ‘feliz’, só pra esquecer o vazio permanente dentro de mim. Escrevendo pra anestesiar a intensidade dos meus sentimentos e pra tentar transparecer uma pessoa normal com preocupações suportáveis, dúvidas compreensíveis e problemas solúveis. Uma única dor me incomoda e não há remédio para ela. Uma dor que vem da alma, que é meu eterno martírio e a que estão sujeitos todos os mortais, mas que nem todos compreendem. Antes eu passava a maior parte do tempo tentando explicar a mim e aos outros o porque me sentia sozinha em meio a tantas pessoas, porque sorria com lágrimas nos olhos ou mesmo porque não compartilhava planos e aspirações. Hoje acho que me conformei, acho que eu precisava entender que essa dor é exclusivamente minha, derrepente eu percebi que senti-la é o único modo de saber que ainda estou viva.
Sabe como é perceber depois de tanto tempo que você não é nem de longe o que pensava ser? E perceber que o mundo que você criou pra te manter respirando não existe? Já pensou ver tudo em que você sempre acreditou se transformar em uma mentira? É tudo o que eu sinto. Como se tudo ao meu redor fosse falso ou artificial, de repente eu percebo que eu nunca soube nada realmente, como se minhas memórias fossem implantadas e minhas idéias superficiais. Todas as minhas atitudes se tornaram fúteis e as coisas vão e vem muito rápido, me tomando o tempo que eu tinha pra assimilar meus lucros e perdas. Sei que choro e sorrio muitas vezes, mas isso só não me basta para tornar minha felicidade e tristeza reais. Aliás, eu nem mesmo tenho certeza dos meus próprios sentimentos e não sei quando são verdadeiros ou quando são invenções da minha mente doentia. Me sinto confusa, perdida e indecisa tudo ao mesmo tempo. Às vezes gosto de ser assim incógnita, metamorfose. Mas às vezes dói demais e eu sinto que o único remédio é um sono profundo sem sonhos. Eu não sei me explicar e não sei se quero.