sábado, 14 de fevereiro de 2009
Imagine um jardim antigo rodeado de arvores mortas e flores murchas pelo tempo. No meio uma fonte seca abriga a escultura de um anjo, com as asas quebradas parece rezar por uma alma há muito perdida. Cacos no chão indicam vestigios de uma triste despedida; caída, o olhar distante, uma jovem mergulhada em suas mórbidas lembranças. Do mais remoto e vazio ao mais profundo e sombrio, lugares que ela nem sabia que existia em si mesma; tudo dói. Nada parece fazer sentido. Arrependimento pelo o que ela não cometeu; falta do que ela não teve; saudade do que ela não viveu. Rodeada de fantasmas ela se sente sozinha, confusa, em sua mente ela ainda ouve os risos falsos e mentiras estupidas, o que ela poderia ter feito e não fez, o que ela devia ter errado e acertou. Ela segura um copo vazio, escreve algo enquanto chora lágrimas de sangue que mancham a seda fina do seu vestido; cabelos soltos, o corpo molhado pela chuva fria, suas intenções são tão negras quanto a noite que a rodeia. Ela tenta se levantar, arrependida, se agarra em suas ultimas esperanças mais já é tarde. Quase sem forças seu ultimo ato é assinar a folha onde havia escrito: 'Meu unico erro foi amar demais.'
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