domingo, 22 de agosto de 2010


Eu não sei esconder o óbvio; não sei como não demonstrar o que meus próprios gestos denunciam. Não posso me calar já que o silêncio traduz minhas palavras, não posso abrir os olhos porque eles mostram os segredos da minha alma. Vontade de fugir pra longe só pra não ter que olhar pra mim mesma e não assumir pra ninguém o que todos já sabem. Se eu ao menos pudesse mentir, mas mesmo que eu tente sou sincera demais. Eu juro que tento parecer normal, mas minhas atitudes me impedem; minha personalidade demonstra o que eu não quero que ninguém saiba. Sinto que sou uma metáfora ambulante tentando esconder exatamente o que eu revelo nos pequenos detalhes. Talvez seja uma questão de reputação e nesse caso eu prefiro a consciência, talvez eu seja outra longe de olhares alheios, mas acho que é pretensão demais pensar que eu sou diferente. Nem eu entendo e acho que prefiro continuar assim, porque alguém me disse certa vez que a beleza está na essência da ignorância.

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