quinta-feira, 19 de agosto de 2010


Eu quero, mas não sei se posso me libertar das correntes que me prendem em antigos conceitos. Embora já ultrapassados, encobertos pelo tempo ou pelas conseqüências das minhas atitudes. Eu quero, mas não sei se posso me libertar de antigos hábitos que me fazem mal de certa forma, mas me mantêm respirando e meu coração batendo; essas dúvidas e incertezas, frustrações e medos, escolhas e renúncias é o que me torna humana. A única parte de mim que ainda não é excêntrica ou incomum. Temo não mais conseguir expressar minhas sensações e me tornar um poço sem fundo, escuro e vazio. Temo, de alguma forma, me tornar estranha demais e não conseguir mais me comparar ou parecer igual. Nunca mais. Sem inspiração, sem sentido, vazia e superficial. Me sinto assim. Era pra eu estar feliz? Mas não estou e não sei explicar, nem imaginar o motivo. Eu nem sequer me esforço pra parecer indiferente ao vazio que me consome dia após dia. Eu nem consigo chorar, sorrir ou gritar essa dor que me sufoca, me oprime; essa angústia de não sentir nada. E morrer não adianta; e se for igual lá do outro lado? A mesma rotina, as mesmas dúvidas, o mesmo tédio. O que fazer pra consertar? Não tenho nada em mente, parece que meu interior secou, meu cérebro está murcho e meu coração duro. Não sei o que dizer ou pra quem dizer. Contar o que se eu não sei definir ou precisar em que momento eu errei pra me sentir assim. Mas vai passar, sempre passa.

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