segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Daqui a uns anos quando a afinidade tiver acabado, a amizade tiver envelhecido e a falsa ironia tiver se tornado verdadeira, você vai pegar um livro na prateleira de uma biblioteca qualquer. Sem prestar atenção ao título ou ao nome do autor, você vai ler o resumo; intrigado e não satisfeito, você lerá alguns trechos que lhe parecerão absurdos e estranhamente familiares. Quando ler a biografia da autora, vai parar assustado ao se lembrar que já conheceu aquela garota fútil, sensível demais e meio doidinha. Você vai ler a dedicatória com o seu nome e depois de ler todo o livro, vai perceber que aquelas entrelinhas se tratam da história da sua vida. Fatos que você pensou que ninguém mais lembrasse, momentos que você achou terem se perdido no tempo, palavras que você jurou não dizer nunca mais. Finalmente no final do livro, nas últimas páginas que você pensou estarem em branco, você lerá um parágrafo sobre todas as coisas que eu nunca ousei te falar e no rodapé da última folha estará escrito: ‘Isso é tudo o que eu senti e desejei mais que tudo poder dizer a você e nunca disse; pode até ser que eu tenha tentado demonstrar com gestos e atitudes e você nunca percebeu e se percebeu nunca se importou realmente.’

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