segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Tempo que não posto aqui. Talvez eu não tenha nada mais a dizer, ou talvez eu tenha tanta coisa que não saiba por onde começar. Mas antes de qualquer coisa, nada mudou e às vezes penso que essa procura é eterna; nunca hei de encontrar o que de fato me completa ou me faça parar de buscar. Não sei se é certo ter ainda esperança quando tudo já morreu, mas é como diz o eterno poeta saudoso Renato Russo, tudo está perdido mas existem possibilidades. Quem sabe num sábado ensolarado algo mude pra mim, talvez aconteça alguma coisa diferente que me faça sair da rotina e achar realmente um sentido pra dizer que vale a pena, um bom motivo que justifique essa imbecilidade de se procurar algo que não se sabe o que é. Tudo pode acontecer, é por essa certeza que eu abro os olhos todos os dias.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sei que você não fez nada pra eu me apaixonar assim, mas entenda, é inevitável pra mim. Seu olhar, seu sorriso, o que você diz e que faz tanto sentido. Sabe a minha facilidade de colocar sentimentos no papel? Eu não tenho essa mesma facilidade com palavras e, por causa da minha bipolaridade, talvez eu nunca consiga especificar se o que eu sinto é real ou passageiro e só to escrevendo isso porque sei que você não vai ler. Só sei que vivo o agora, o hoje é meu lema e Carpe Diem minha ideologia. Desculpe se eu disse algo que você não gostou, mas eu sou assim espontânea e só me arrependo do que eu não faço. Não tenho tempo de sofrer por amor, a vida é curta e limitada, portanto vou continuar fingindo não sentir nada quando você disser alguma coisa que me faça sorrir ou me olhar de um jeito diferente. Apesar de ter a maior esperança, sei que não tenho a mínima chance.
Eu conheço você a fundo. Só eu sei seus maiores segredos. Eu conheço seu olhar assustado e sei quando você tenta fingir que está tudo bem. Eu sei das suas fraquezas, dos seus medos, dos seus sonhos, ansiedades e desejos mais profundos. Eu sei quando você mente pra me deixar feliz e o quanto odeia quando eu jogo as coisas na sua cara. Eu sei quando você faz tudo pra agradar alguém que nem ao menos se importa com você. Eu sei quem realmente te faz falta e reconheço o quanto você sofre com isso. Eu sei do seu empenho pra fazer as coisas darem certo e da vontade de jogar tudo pro alto que eu também tenho às vezes. Eu, só eu sei quando você disfarça a vontade de querer algo que não pode ter, eu conheço sua cara de bravo e a sua falsa indiferença da qual já compartilhei tantas vezes. Só eu sei coisas que você não conta pra ninguém só pra mim, e sei também que mais ninguém sabe só eu. Eu sei coisas sobre você que nem você sabe. Como quando você fica com vergonha seu sorriso é singelo e quando se apaixona não se entrega com medo de se apegar e não conseguir esquecer. É, eu sei tanto sobre você e você não sabe quase nada sobre mim. Por que será?

Como é estranho descobrir a verdade depois de tanto tempo; o pior é perceber que nada que você pensou ser sincero, era realmente. Descobrir que sofreu e amou em vão pessoas que não mereciam sequer seu desprezo e que as palavras ditas e promessas feitas foram embora com o vento e o tempo. Lembro quando eu pensei que morreria se algum dia soubesse que a mentira era real e o que as pessoas me diziam fazia todo sentido. Eu só estava cega pela ironia do meu próprio sentimento, presa pela vontade de mudar as coisas me apegando ao passado. Queria voltar no tempo e fazer de novo coisas que não valem a pena, pensei que eu era feliz, mas agora descubro que era só uma doce ilusão. Um doce sonho que se transformou em pesadelo quando eu abri os olhos. Agora não importa o passado nem o futuro. Vivo o hoje como se eu fosse morrer amanhã e um dia hei de acertar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010


É estranho perceber o que as pessoas se tornam com o passar do tempo. E isso é pra todas as pessoas que além do estilo, resolveram mudar de caráter também. Tornaram-se vazias, superficiais, e agora dão valor a pessoas que antes nem sequer faziam parte da sua vida. E aquelas com quem tinham mais afinidade, química, aquelas com quem podiam conversar contar problemas e frustrações, são deixadas de lado como brinquedos velhos que você enjoa e guarda no fundo do baú. Como se não bastasse, ainda se acham no direito de sentir-se superior demonstrando essa arrogância tão comum àqueles que se acham a última bolacha do pacote. Poupem-me, por favor, dessa futilidade, sei que é erro meu exigir de todos minha mesma profundidade, mas não caiam nesse abismo de erros e defeitos, mar de ignorância criados por vocês mesmos. É hora de repensar as atitudes, rever conceitos e tentar mudar, dessa vez, pra melhor.

Mais um dia amanhecendo e com ele se esvaindo minha dor, infelicidade, angústia. Mesmo não tendo nada do que me orgulhar no final do dia eu continuo vivendo e às vezes pensando em como sorrir pras pessoas na rua. Tentando me lembrar de uma piada ou cantarolar uma música ‘feliz’, só pra esquecer o vazio permanente dentro de mim. Escrevendo pra anestesiar a intensidade dos meus sentimentos e pra tentar transparecer uma pessoa normal com preocupações suportáveis, dúvidas compreensíveis e problemas solúveis. Uma única dor me incomoda e não há remédio para ela. Uma dor que vem da alma, que é meu eterno martírio e a que estão sujeitos todos os mortais, mas que nem todos compreendem. Antes eu passava a maior parte do tempo tentando explicar a mim e aos outros o porque me sentia sozinha em meio a tantas pessoas, porque sorria com lágrimas nos olhos ou mesmo porque não compartilhava planos e aspirações. Hoje acho que me conformei, acho que eu precisava entender que essa dor é exclusivamente minha, derrepente eu percebi que senti-la é o único modo de saber que ainda estou viva.
Sabe como é perceber depois de tanto tempo que você não é nem de longe o que pensava ser? E perceber que o mundo que você criou pra te manter respirando não existe? Já pensou ver tudo em que você sempre acreditou se transformar em uma mentira? É tudo o que eu sinto. Como se tudo ao meu redor fosse falso ou artificial, de repente eu percebo que eu nunca soube nada realmente, como se minhas memórias fossem implantadas e minhas idéias superficiais. Todas as minhas atitudes se tornaram fúteis e as coisas vão e vem muito rápido, me tomando o tempo que eu tinha pra assimilar meus lucros e perdas. Sei que choro e sorrio muitas vezes, mas isso só não me basta para tornar minha felicidade e tristeza reais. Aliás, eu nem mesmo tenho certeza dos meus próprios sentimentos e não sei quando são verdadeiros ou quando são invenções da minha mente doentia. Me sinto confusa, perdida e indecisa tudo ao mesmo tempo. Às vezes gosto de ser assim incógnita, metamorfose. Mas às vezes dói demais e eu sinto que o único remédio é um sono profundo sem sonhos. Eu não sei me explicar e não sei se quero.

domingo, 22 de agosto de 2010


Eu não sei esconder o óbvio; não sei como não demonstrar o que meus próprios gestos denunciam. Não posso me calar já que o silêncio traduz minhas palavras, não posso abrir os olhos porque eles mostram os segredos da minha alma. Vontade de fugir pra longe só pra não ter que olhar pra mim mesma e não assumir pra ninguém o que todos já sabem. Se eu ao menos pudesse mentir, mas mesmo que eu tente sou sincera demais. Eu juro que tento parecer normal, mas minhas atitudes me impedem; minha personalidade demonstra o que eu não quero que ninguém saiba. Sinto que sou uma metáfora ambulante tentando esconder exatamente o que eu revelo nos pequenos detalhes. Talvez seja uma questão de reputação e nesse caso eu prefiro a consciência, talvez eu seja outra longe de olhares alheios, mas acho que é pretensão demais pensar que eu sou diferente. Nem eu entendo e acho que prefiro continuar assim, porque alguém me disse certa vez que a beleza está na essência da ignorância.


Estive pensando. Pensando nas escolhas que fiz; certas, erradas e incertas também. Pensei nas influências, nas conseqüências e que nem sempre consegui o que desejei, mas não foi por falta de esforço. Pensei nas mudanças, nas fases, nos namoros e rolos, sentimentos, sensações. Na vida como ela é, em como pode ser e em como não pode. Pensei em parar pra pensar e decidi viver um dia de cada vez, mais viver cada um como se fosse o último. Entendi que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem, você só não esquece a outra pessoa como pensa mais nela. Pensei em como pode ser difícil mudar pra melhor e resolvi arriscar pra tentar, quem sabe, ser mais feliz. Parei pra pensar no que eu fiz e não devia ter feito e no que eu não fiz e me arrependi. Pessoas que eu cativei, memórias que eu enterrei, amizades que eu conquistei. Músicas que eu ouvia e não ouço mais, momentos que eu pensei serem os melhores nem são mais tão bons. Andei pensando em ser diferente e optei por ser eu mesma, com meus erros e acertos, virtudes e defeitos. Pensei em viver pra mim, pensar em mim e descobri pessoas que precisam mais de mim do que eu. Então entendi que apesar de viver quase um século, esse tempo não é suficiente pra aprender ou ensinar tudo o que se precisa saber.


Acendo outro cigarro enquanto olho o vazio ao redor de mim. Tentando entender como as coisas vêm e vão, como não duram para sempre mesmo durando o suficiente pra deixar saudade. Tentando não me sentir culpada por ter tudo o que tantos desejam e não me sentir ‘feliz’ com isso. Tentando entender, só entender. Hoje no cinema mais um filme ‘baseado em fatos reais’ me fez pensar se realmente existe um sentido, em todas aquelas pessoas á minha volta que pareciam tão felizes e no porquê eu não posso ser como elas. Olhando para dentro de mim agora, eu não consigo compreender o que falta. Nada do que eu tento parece fazer qualquer diferença, o tempo todo eu busco nas pequenas coisas as grandes lições e só o que eu consigo entender é que tudo é vão, nada do que eu faça pode mudar isso dentro de mim, nunca. E as pessoas me julgam errado, como se eu fosse um produto me rotulam disso e daquilo. Mas se fazem isso só porque me vêm por fora imagino o que diriam se me vissem por dentro.

' Se meus olhos mostrassem minha alma, todos ao me verem sorrir chorariam comigo.' Kurt Cobain